17 julho 2009

por que eu?

Nasci assim, perto da longevidade.
Feito e refeito muitas vezes
Para não ser afeito a imprecisões
Tive que conter erros para ser humano

Confesso, com certa inquietude,
Que sou feito de pétalas orvalhadas
Por gotas de imensidão
E mesmo assim, pequeno, bem pequeno...
Sentindo-me apenas mais um,
Alguém lembra que
Sou um eu a ser mais.

Mas, por que eu?
Por que sinto tudo isso
Se já não me sinto mais?

Ah, como é difícil ser comum.
Acho que serei, então, um...
Sei lá...

Acho que serei eu.

(Do livro “Fragilidades de um eterno menino”)

03 julho 2009

afirmo

o eu afirma,
convicto e inquieto:

- não pense que busco.
perco-me para ser visto
e percebo
quem me deixa passar
desapercebido.

o eu conclui,
só e inquieto,
ainda convicto:

- sou visto
e vejo
quando me veem,
mas, à distância, paro.

(Do livro "Fragilidades de um eterno menino", 2009)

intenção

com frequência,
por uns versos
quebrados pela intenção
de um eu em pedaços,
busco equívocos.

e
vejo mais
com os olhos fechados...

assim,
vejo-me
com insistência.

(Do livro "Fragilidades de um etreno menino", 2009)

por que eu?

nasci assim, perto da longevidade.
feito e refeito muitas vezes
para não ser afeito a imprecisões
tive que cometer erros para ser humano

confesso, com certa inquietude,
que sou feito de pétalas orvalhadas
por gotas de imensidão
e mesmo assim, pequeno, bem pequeno,
sentindo-me apenas mais um...
alguém chega
e lembra
que sou um eu a ser mais.

mas, por que eu?
por que sinto tudo isso
se já não me sinto mais?

como é difícil ser comum...
acho que serei, então, um...
acho que serei eu.


(Do livro "Fragilidades de um eterno menino", 2009)